segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

O cachorro do cinema

Hoje quando saí do cinema, ainda no estacionamento do shopping, cruzei com um cachorro que andava por ali.

Gosto muito de animais e logo comecei a estalar os dedos para ver se ele vinha até mim. No entanto, ele parecia um pouco eufórico, elétrico. Lembrava a mim nas minhas piores fases de hiperatividade. Corria de um ponto ao outro. Parecia nem me notar tamanha a concentração que aplicava na sua maratona sem rumo.

Não sei o que há nos cachorros dessa cidade, mas todos são muito ariscos. No antigo lugar que eu morava os cachorros sempre me atendiam. Um estalo de dedos e nós já éramos amigos.

Então o animalzinho saiu correndo para outra direção até o momento em que não o vi mais.

Como o filme acabou muito tarde, as portarias principais estavam fechadas, tive andar muito dentro do shopping para conseguir encontrar uma saída. Saí pela portaria exatamente do lado oposto ao meu apartamento.

Durante a volta para casa, contornei todo o shopping e passei inclusive pela portaria que eu costumava sair, que obviamente estava fechada.

Ao passar por esse ponto o cachorrinho apareceu correndo aparentemente sem rumo, como parecia ser seu costume. Pensei que ele pudesse estar me seguindo, mas não tinha certeza, pois como disse, ele não andava paralelo a mim, mas sim em círculos ou qualquer outro tipo de trajetória irregular.

Ele vinha correndo, me ultrapassava, avançava uns cinco ou seis metros e parava para cheirar alguma coisa. Como eu continuava andando ele acabava ficando para trás.

Quando eu me distanciava uns cinco metros dele, o bicho voltava a correr, me ultrapassava e novamente parava para cheirar outra coisa. E assim foi.

Eu pensei: “Que cachorro intrigante”. Como eu não tenho nada de útil para pensar durante caminhadas, me ocupei filosofando sobre a mente do cachorrinho. Primeiro eu queria entender se ele estava me seguindo ou coincidentemente estava passando pelo mesmo caminho que eu.

Na engenharia é comum usar analogias para facilitar o cálculo de alguma coisa. Se você quer calcular a perda de energia da água ao atravessar um tubo, pode fazê-lo partindo do princípio que o atrito da água com o tubo é equivalente à resistência elétrica. O conceito de resistor é muito conhecido e isso facilita a formulação de um método de solução do problema.

Sendo assim, resolvi aplicar essa “técnica” com o cachorrinho.
“Se uma mulher estivesse no lugar daquele animal, se comportando como tal, ela estaria ou não me seguindo?”

Dessa maneira as coisas ficaram mais táteis.

Eu só não conseguia entender por que a todo o momento que eu tentava tocá-lo ele esquivava. Deu-se ao trabalho de me acompanhar e ainda sim tem medo de mim? Parecia estar com receio. Ou quem sabe, voltando a analogia, ele fosse o equivalente a uma mulher fazendo charminho.

Quando menos esperava, eu já estava próximo ao meu apartamento. O cachorro estava uns 10 metros a minha frente. Quando entrei na escada que dá na portaria do meu prédio, o bichinho percebeu, levantou a cabeça e as orelhas e voltou correndo. Eu não esperava aquilo.

Eu disse ao porteiro: Mas que interessante! Ele me seguiu até aqui! E eu não sei por que.

Nisso o bicho veio subindo as escadas na minha direção enquanto o porteiro tentava espantá-lo aos gritos. Ele tentou três vezes. Quando ouvia a voz do porteiro, descia alguns degraus, e voltava. Até que desistiu. Aquilo partiu meu coração.

Não sei o que ele viu em mim, mas se pudesse chutar, diria que é pelo mesmo motivo que as crianças gostam de ficar olhando na minha cara. Motivo este que eu também não encontrei explicação. Foi só uma intuição. Duas coisas igualmente excêntricas podem perfeitamente ter a mesma causa.

Minha mãe diz que eu sou “Abençoado”. Não acredito nessas coisas, todavia, nunca achei outro tipo de explicação. Se não posso contradizer, isso faz de mim um concordante, indignado.

No fim das contas ainda me dei ao trabalho de pensar sobre essa questão: Por que ele parecia me ignorar e ainda sim queria estar perto de mim?

Sabe... acho que esse era o jeito dele.

Hasta! o/

Não se esqueçam de comentar!!!

2 comentários:

  1. ashaushaushaushaushaushausa
    Aaah, tb ns ei pq o auau te seguiu =x
    Bichos são curiosos o.o'
    Pessoas idem, mas o bichinhos são simpáticos e fofos qndo fazem isso, pessoas podems er patéticas...acho q pq espera-se q elas pensem sobre o q sentem e tomem atitudes pensadas, o q n ocorre com o auau... mas na vdd n ocorre com a gnte tb, eu n to pensando pra chorar de saudade da minha mãe antecipadamente... as lágrimas simplesmente vem, e acredito q seja o msmo com os sentimentos, e como todo mundo é diferente , de vez em qndo nos surpreendemos com as demonstrações de seus sentimentos, todos, de afeto ou repulsa.


    Mas aiii, o auau devia ser mtooo foufo *-*

    =*

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  2. Assino em baixo: Um cachorro tem sempre a sinceridade de uma criança...mesmo quando já está velho.

    Ps.: Desejo que você se adapte bem em São Paulo =)

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